Criei esse blog para servir de "diario" do meu doutorado. Colocarei aqui livros que estou lendo, sites, artigos, etc. O espaço esta aberto para discussoes, entao sinta-se livre para dar sua opiniao, sugestao de leitura, entre outras coisas.
quinta-feira, 29 de dezembro de 2011


Ontem fui ao cinema ver o "fenomeno" frances: Intouchables. Fenomeno porque ele ja é o filme com melhor boxoffice do ano na França (ultrapassando todos os filmes hollywoodianos e outras superproduções americanas). E ainda, parte de sua arrecadação vai para associações que trabalham com a adaptação de casas para deficientes fisicos.

Ele é baseado na historia real de Philippe Pozzo Di Borgo, rico aristrocata que se torna paraplégico apos um acidente de paraglider, e Abdel Sellou, jovem africano (tabu na França) e recem saido da cadeia. Philippe o contrata como seu ajudante à domicilio. O filme, inspirado no documentario à la vie à la mort, 2002, (que conta a historia dos dois) reune esse grande cliché da união de dois mundos distintos que se tocam e influenciam um ao outro. Mas não de uma maneira piegas. Ele é verdadeiro em seus sentimentos, sem forçar a barra. Além de ser muito engraçado, e fazer varias piadas de humor negro com deficientes (outro tabu na França).

A trilha sonora é de Ludovico Einaudi com suas ambiencias ao piano, e repetições eternas. Otima trilha, que separa os dois mundos (da "corte" e do gueto) mas que ao passar por cima dessas barreiras (e por cima da edição, narração, etc) reune os dois personagens.

Otima atuações de Fraçois Cluzet e de Omar Sy.

Trailer:

Um especial da TV francesa contando a vida dos dois:





Bom filme, tomara que chegue no Brasil.

Abraços

CH
terça-feira, 20 de dezembro de 2011
Três comédias romanticas de 2011.



Crazy, Stupid, Love. Poster


Comédia romantica dos mesmos diretores de I Love You Phillip Morris. Ele é cheio de clichés, mas que são expostos propositalmente, o que da um pouco de graça ao filme. Steve Carell esta engraçado como sempre. A musica foi composta pelos mesmos compositores de I Love You Phillip Morris, Christophe Beck, Nick Urata. Mas todos os usos criativos, tanto da musica quanto do som, que vemos em I Love You Phillip Morris, infelizmente nao estao presentes em Crazy, Stupid, Love. Uma pena.




Sex Friends Poster


Ivan Reitman parece estar gostando de mostrar personagens frios, sem sentimentos, ou sem amarras emocionais nos seus ultimos filmes (assim como em Up In The Air, produzido por ele). No Strings... segue a mesma forma de Up In The Air, mas é muito mais previsivel e muito menos criativo (em termos de desenvolvimento narrativo, influencia talvez da otima direçao de Jason Reitman em Up In...). A musica é de John Debney, um otimo compositor, mas que passa batido nesse filme.






Sexe entre amis Poster
A historia se repete: sexo entre amigos que nao da certo. Mas ao contrario de No Strings, Friends... é mais abusado nas piadas e no relacionamente entre os dois protagonistas. Sendo mais pesado, o filme fica bem mais engraçado (e menos forçado) que No strings.... A musica passa batida, mas o propio filme (em uma conversa entre os dois personagens) critica essa relaçao da musica em comédias romanticas. Algumas situaçoes sonoras também sao interessantes, e mostram que mesmo sendo extremamente irreais o espectador ainda "engole" a realidade do filme. Mas de novo, penso que foi uma critica ou uma parodia de filmes do genero. Justin Timberlake nao compromete, e é até engraçado.





Essa sketch de Justin Imberlake no SNL foi muito engraçada, e brinca com o filme :



Mesmo não sendo bons, sempre vale a pena assistir filmes assim. As vezes a gente se surpreende e econtra aspectos sonoros interessantes...

Abraços

CH  

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011
Le Signifiant imaginaire

Le Signifiant Imaginaire : Psychanalyse et Cinéma, Christian Metz (1977). 


Le Signifiant Imaginaire é um livro divisor de aguas na teoria cinematografica. Metz parte de ferramentas da linguistica para dar à teoria cinematografica um rigor de ciencia. Ele constroe seu pensamento em cima da sémiotica para desvendar as significaçoes do objeto-cinema. Ele se apoia na psicanalise, nao para "psicanalisar" diretores e personagens, mas para estudar o cinema como significante no dominio do imaginario. Ele disserta sobre questoes tecnologicas, de publico (o que leva o publico ao cinema), etc. 

Como vocês sabem, sou meio resistente à analise de arte do ponto de vista da psicanalise. Frases como "a criança que percebe o corpo da mae se encontra constrangido pela via perceptiva de admitir que existem seres humanos desprovidos de penis... ele crê que todos os seres humanos tem todos um penis em sua origem, ele compreende entao que o que ele viu como um efeito de mutilaçao...." nao fazem sentido de um ponto de vista cientifico mesmo fazendo parte de uma linha teorica, com um desenvolvimento relativamente "coerente".

Os capitulos finais do livro sao muito interessantes, e trazem conceitos da analise figural de imagens cinematograficas. Mesmo com suas origens em Freud, essa teoria é muito interessante e seus resultados analiticos se transferem com facilidade para o dominio pratico do cinema (para a realisaçao de um filme, escolha de representaçoes, etc). 

Mas textos "psicanaliticos" trazem, para mim, um problema serio : frases longas, vocabulario desnecessariamente rebuscado (para mostrar erudiçao e também para confundior o leitor com teorias "sem sentido"), paragrafos inteiros que poderiam ser resumidos em uma linha, entre outras coisas. Metz nao foje a essa "regra". 

No entanto, para quem se interessa em estética de cinema, Le Signifiant Imaginaire é um livro obrigatorio e muito interessante que influencia estudos em cinema até hoje. 

Abraços

CH


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