Criei esse blog para servir de "diario" do meu doutorado. Colocarei aqui livros que estou lendo, sites, artigos, etc. O espaço esta aberto para discussoes, entao sinta-se livre para dar sua opiniao, sugestao de leitura, entre outras coisas.
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
Sabado à noite fui ao cinema, ainda no quadro do Festival Lumière, para ver Psicose, de Alfred Hitchcoc(1960). Ja tinha visto o filme algumas vezes, mas queria saber como seria ver Psicose no cinema, na grande tela, e tudo mais o que envolve esse espetaculo. E, para melhorar, o filme foi restaurado pela a Universal. Eles remixaram o som, à partir de uma tecnologia francesa de extrair do "DNA" da banda de som. Ja explico.

Em 1960 o som do filme era mono, um so canal para todos os sons. Musica, dialogo e efeitos sonoros vinham de uma fonte so. Por falta de tecnologia eles nao podiam criar espaços virtuais com o som, como deslocamentos da esquerda para direita (atraz, na frente), mexendo assim na nossa maneira de perceber o filme. Mas para agravar, existe um problema : uma vez "exportado", a trilha sonora nao pode mais ser desfeita, ou seja, mesmo querendo separar cada elemento da trilha (musica, dialogos e efeitos sonoros), para depois remixa-los, nao tem jeito mais. Ou melhor, nao tinha jeito mais. A partir de uma tecnologia, criada aqui na França mesmo, eles conseguiram extrair cada elemento da trilha sonora original, ou seja, pegaram a massa sonora mono, e separaram cada elemento, dialogo, efeitos sonoros e musicas. E dai sim, retrabalharam a trilha. 

No começo fiquei com medo que fossem cometer os mesmos erros que cometeram ao restaurar Vertigo (de Hitchcock). Em Vertigo os tecnicos acrescentaram sons que nao existiam no original, alem de regravar algumas coisas (como passos, portas, etc.). Infelizmente a unica copia que sobrou no mercado foi a copia restaurada. Mas tive a felicidade de ver o filme com o som original e comparar com a copia "restaurada". Incrivel como descaracterizaram todo o filme. Hitchcock era minuncioso, e cada som que faz parte do filme, participa da criaçao de ambientes e tem significado. Felizmente, nao foi o que fizeram com Psicose. Eles so remixaram em 5.1. Criaram o espaço sem mexer na trilha original.

Ja vi, ou fiz algumas analises da musica de Psicose, mas ao ouvi-la no cinema, vendo o filme como ele foi pensado (ou seja, ver na grande tela, com todos os detalhes e a musica te envolvendo na sala escura) foi sensacional. Os cretidos do começo, sem imagens precisas e a musica alta, violenta, te pega completamente de surpresa. Ouvir esse preludio dessa maneira realmente faz a gente pensar na importancia da musica nesse filme. Em casa, seja no pc ou na TV, nao é a mesma coisa (para mim seria comparar ouvir uma copia em alta fidelidade da Sagraçao da Primavera em casa, em um otimo aparelho de som, e ir escutar ao vivo com uma orquestra... ver e ouvir como foi feito para ser é outra coisa).


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A sequencia do chuveiro, no cinema, é ensurdecedora. E ali sim os agudos se misturam com os gritos, com os golpes de faca... realmente experienciar a musica de Herrmann assim, foi incrivel. 

Depois do filme, foi projetado um documentario (de 10 minutos) de como foi feita a restauraçao.

Parece que saiu em Blu-ray, ou vai sair. Para quem tem um bom sistema de som vale a pena comprar, mesmo que nao seja a mesma coisa de ver no cinema...

Para quem se interessar, disponibilizo a partitura do Preludio de Psicose (a musica dos créditos iniciais) aqui.     

Abraços

CH

1 comentários:

maria neusa guadalupe disse...

Não assisti esse clássico,acredita?Mas vou lendo aqui e aprendendo.Beijosapaixonadosporcinema.

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